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O poder do Equilíbrio

Atualizado: 5 de jul.

Ao escrever esse texto tive algumas crises de choro. Chorar foi a primeira coisa que aprendemos e também a primeira que sufocamos. Chorar, não só lava a alma como renova as esperanças. Em meio a minha crise, pensei: "eu não posso falar sobre controle emocional. Como eu vou falar de algo que eu não domino, que eu não tenho domínio? Não estou pronta!". Pouco tempo depois, quando estava mais calma, apareceu para mim uma publicação no Instagram que dizia: "Se você não se encaixa no mundo em que nasceu, então você nasceu para criar um novo mundo". Foi quando entendi que essa foi a forma do Universo me dizer:


"VOCÊ NÃO PRECISA SE SENTIR PRONTA, VOCÊ SÓ PRECISA COMEÇAR"


O fato é que nenhuma de nós controla suas próprias emoções. Seja a cientista com pós doutorado ou o tio da limpeza: no campo das emoções todos somos como crianças; somos eternos aprendizes.


A maioria de nós vive no piloto automático. Sabe quando vamos entrar em uma conta virtual e o site pede pra marcarmos NÃO SOU UM ROBÔ? Uma vez pensei se eu realmente não era um robô, e percebi que uma caixinha tão pequena como aquela não seria suficiente para eu conseguir responder essa questão existencial. O fato é que somos mecânicas, massificadas, vulneráveis às influências e às tendências. Em momentos como o que estamos vivendo, tão raros na história de nossas vidas, é requerida de nós uma postura mais equilibrada sobre nossos pensamentos e emoções. E se tem uma coisa que precisamos aprender é sobre o PODER DO EQUILÍBRIO.


Ter EQUILÍBRIO é não polarizar. É escolher o caminho do meio. É saber dosar. É saber o momento certo para cada emoção, para cada posicionamento. Saber disso não nos faz equilibradas, mas nos faz mais conscientes de quando precisamos ser. Eu tenho certeza que pelo menos uma vez na vida você já percebeu que errou a mão na hora de usar suas emoções. Hoje, principalmente hoje, percebemos o quão desequilibradas elas podem ficar. Vivemos de extremos. Parece que quando não estamos tomadas pela euforia, estamos tomadas pelo medo. O medo é um péssimo matemático. Ele só sabe somar. Se dermos espaço, ele controla nossas vidas ao ponto de nos fazer adoecer terrivelmente.


Existe um filme da Disney que se chama SOUL. É uma animação maravilhosa com muitos ensinamentos. Em determinada parte do filme, mostra-se um lugar onde estão as pessoas que perderam a esperança de viver por conta do medo. Lá elas não sorriem, não sonham, não têm fé, não veem nada além da dor, elas simplesmente desistiram de lutar e se entregaram ao medo e a apatia. O medo nos trava, nos trai, nos bloqueia, nos impede de crescer, de sermos melhores. Quem nunca teve medo de perder alguém querido? É possível que você até já tenha perdido. Talvez seu maior medo seja desenvolver uma doença ou não ter o que dar de comer a sua família.


Como dito antes o medo nos paralisa. Esse medo desequilibrado nos envolve, nos amarra, nos sufoca. Diferente do que muitos pensam, o oposto do medo não é a coragem, mas o zelo, a prudência. Perceba, o medo não é uma emoção completamente negativa. Quando usado com EQUILÍBRIO, ele pode ser de grande ajuda. Cuide, ame, zele, seja grata pela sua vida e a da sua família. Jamais deixe que o medo te controle. Sofrer por antecipação é o mesmo que treinar para ser infeliz.


Ainda sobre o filme, no mesmo lugar onde havia pessoas tomadas pelo medo, havia também um outro grupo de pessoas: as que viviam em FLOW., um estado mental em que a pessoa fica completamente envolvida e focada numa determinada atividade, vulgo ALTA PERFORMANCE segundo "coaches". Atletas, por exemplo, precisam viver imersos em FLOW, vivendo no limite em busca de superação para alcançar resultados recordes. Todavia, esta ALTA PERFOMANCE lhes custa caro. A maioria dos atletas se aposentam antes dos 40 anos, não por opção própria, mas porque o alto nível de produtividade tirou-lhes precocemente a vitalidade.


Mesmo sem sermos atletas, é exigido de nós que vivamos em ALTA PERFORMANCE. Nossa mente, quando influenciada pelo meio, nos diz: produza, cresça, saia da mediocridade, ganhe muito dinheiro, tenha sucesso, faça dieta, vá a academia, coloque silicone, faça uma lipo, pare comer, mude seu cabelo, tenha uma pele de porcelana, poste fotos instagramáveis, viaje o mundo, escreva textos lacradoras, milite na internet, enfim, PRODUZA e corra em busca da felicidade a qualquer custo! A busca incessante pela felicidade como prioridade de vida pode sair muito caro, pois ela será buscada a qualquer custo, a qualquer preço! Inclusive às custas de qualquer um que acharmos que devemos passar por cima.


Isso também acontece no aspecto espiritual, quando achamos que somos melhores que aqueles que não se "esforçam" tanto quanto nós. A ideia de vencer na vida, de performar sem EQUILÍBRIO e a qualquer custo, pode nos cegar ao ponto de colocarmos nossos irmãos como nossos adversários, nossos inimigos. Perceba: A planta A não é melhor que a B, do mesmo jeito que o cachorro A não é melhor que o cachorro B, assim como, pessoas não são melhores que outras. Nós simplesmente somos e todos os dias experimentamos SER, fadados a uma infinidade de possibilidades DIFERENTES, mas não melhores, de ser.


Para controlarmos nossas emoções a fim de termos equilíbrio, primeiro precisamos controlar nossos pensamentos. E para isso temos um trunfo: a mente é mais rápida que as emoções e mais fácil de se reconfigurar. Por exemplo, quando você tem um pensamento de medo sobre algo que está fora do seu controle, alguns milésimos de segundos depois desse pensamento podem aparecer emoções como ansiedade, pânico e pavor. Sabe esse curto espaço de tempo antes das emoções aflorarem? Use-o para cortar pensamentos destrutivos antes de uma emoção negativa chegar, porque depois que ela se instala, é muito mais difícil lidar com uma emoção inconveniente do que com um pensamento negativo. Um emocional desgovernado é como a roupa que manchou: o estrago pode ser irreversível. Uma vez que damos lugar a emoções que nos tiram do nosso centro, podemos perder nossa paz por um dia, uma semana ou mesmo por uma vida. É preciso ter disciplina mental: esse tipo de pensamento não! Surgiu de novo? Naaão! E, assim, saímos calibrando nossos pensamentos, emoções e até crenças destrutivas.


Jesus foi um Mestre do EQUILÍBRIO. Ele era extremamente sensível a todas as emoções, de si e dos outros, de forma que ele as percebia e delas tirava ensinamentos sem se deixar dominar por elas. Exalava empatia, mas não trazia os problemas da humanidade para dentro de seu mundo, contudo, se colocava dentro do mundo das pessoas para curar, ensinar e servir. Jesus sentia dores emocionais tão intensas quanto as nossas, mas não permitia que elas o paralisassem e dominassem.


Viver em FLOW não é viver em equilíbrio. Viver em medo também não. Você sente que está sensível, que precisa de um tempo? Se afaste, e na sua solidão procure sua restauração para, quando voltar, ser capaz de restaurar outras pessoas. Você sente que precisa performar, produzir mais? Performe e se dedique a seus objetivos, mas lembre-se que tudo o que você construir precisa gerar o bem pro mundo.


Sabe, no topo das montanhas mais altas do planeta as árvores não sobrevivem, nada cresce por lá. Mas quando olhamos para baixo percebemos que todo florescimento e crescimento está no vale. O sofrimento nos causa muita dor, mas nos faz crescer. Talvez compreender isso não vai diminuir sua dor, mas vai torná-la mais tolerável. É a qualidade dos seus pensamentos que definirá a qualidade das suas emoções, e por consequência, a qualidade das suas crenças. Controle seus pensamentos para que suas emoções não te roubem a paz nem afetem o ambiente que você influencia.

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